Thursday 26 February 2015

Ufogel, uma casa compacta de 45 m² - Carolina Henriques

Construída inteiramente de madeira e erguida sobre pilotis que reduzem ao mínimo o impacto ambiental da construção, a casa Ufogel - que recebe seu nome da união das palavras UFO (Ovni) e Vogel (pássaro, em alemão) - se caracteriza por apresentar um interior compacto (45m²) que se amplia através de diferentes níveis interconectados, gerando espaços confortáveis e bem iluminados para seus moradores.



A localização estratégica das janelas garante a entrada abundante de luz natural no interior e belas vistas para a paisagem, enquanto que o fato de ser compacta e bem isolada, coberta por telhas de madeira, transmite uma aconchegante sensação de segurança. No interior, o desenho quente e minimalista cria uma sensação de amplitude, apesar da área reduzida.






De fato foi uma casa planejada para ter conforto térmico, por estar em um ambiente de baixas temperaturas, por isso se deu o uso quase que exclusivo de madeira. Seu tamanho restrito as necessidades da família comporta 4 integrantes. E de acordo com com o entorno em que foi construída. Valorizando a paisagem das montanhas com aberturas estratégicas. Essa construção se trata de uma casa de campo e um país com condições climáticas diferentes do nosso. Portanto deve ser analisado cuidadosamente se for empregar algo parecido em um ambiente montanhoso aqui. Olhando as orientações das aberturas devido a incidência solar, assim como os materiais que serão usados e o terreno em que será construída. Pois através destas condicionantes, será possível adequar características de um projeto com seu entorno.

A Escola Flutuante de Makoko - NLE Architects - Kennedy Martins



David Adjaye

Imprevisíveis mudanças climáticas ao longo de comunidades costeiras vulneráveis no mundo, produziram algumas soluções de design fascinante que testam a resistência das possibilidades arquitetônicas e a necessidade de adaptação do que vai produzir essas mudanças. A comunidade costeira de Makoko, um bairro de periferia no entorno da Lagoa Lagos, em Lagos, Nigéria, está recebendo uma atualização para uma solução já corriqueira, a palafita. O  NLE Architects, com o patrocínio do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) e a Heinrich Boell Foundation, da Alemanha, projetou a Escola Flutuante de Makoko, a primeira fase de três que vai transformar essa comunidade de casas flutuantes e interligadas. A construção do projeto começou em outubro de 2012 e foi concluída no mês passado com aprovação de grande parte da comunidade e visitantes da ONU.






A Escola Flutuantes de Makoko, assim como todos os projetos pensados, faz uso de materiais e recursos locais para a produção de uma arquitetura que se aplica às necessidades das pessoas e reflete a cultura da comunidade. A madeira é utilizada como o principal material, é a estrutura e o acabamento. A composição geral do projeto é uma seção triangular A-Frame. A Escola é fechada parcialmente por ripas ajustáveis de madeiras que funcionam como persianas. As salas de aula estão no segundo pavimento e são cercadas por um espaço verde público, há também um parque infantil e um sala de aula ao ar livre na cobertura. O NLE também aplicou estratégias para tornar a arquitetura flutuantes sustentável, através de células fotovoltaicas na cobertura e incorporando um sistema de captação de água da chuva. A estrutura também é naturalmente ventilada e arejada. 








Mas como flutua? A estrutura completa repousa sobre uma base de barris típicos de plástico. Esta solução simples reflete uma reutilização dos materiais disponíveis que podem fornecer múltiplos usos. Estes tambores da periferia da base podem ser usados para armazenar a água da chuva em excesso a partir do sistema de captação.






A segunda fase do projeto incluirá a construção de casas individuais que seguem a mesma estética da Escola. Estes elementos serão capazes de ligar um ao outro ou podem flutuar de forma independente. A fase três será o desenvolvimento de uma grande comunidade de arquitetura flutuante. Uma vista aérea de Makoko mostra como menos densas as casas tornam-se quando se aproximam mais e mais da lagoa. A arquitetura, como existe hoje, é apoiada sobre palafitas. A visão do NLE trará uma nova camada de casas flutuantes logo além de onde está indicada a Escola Makoko no mapa. 


Em grande parte auto-sustentável e auto-gerida, a comunidade de pescadores neste verão passado, foi destruída e teve seus moradores expulsos e despejados para o saneamento da orla. O que tornou o futuro de Makoko obscuro no que diz respeito aos padrões políticos e ambientais. Mas o projeto do NLE e o desenvolvimento de uma comunidade sustentável flutuante, além do apoio das Nações Unidas, indica que a comunidade está ansiosa para resistir.


A Escola Flutuante de Makoko não é o único projeto com conceito de arquitetura flutuante que combate as imprevisíveis mudanças climáticas e diferenças no nível do mar. No ano passado foi apresentado escolas flutuantes em  Bangladesh, com o apoio de uma organização sem fins lucrativos, Shidhulai Swanirvar Sangstha executadas pelo arquiteto Mohammed Rezwan.  Enquanto isso, o escritório baseado na Holanda, Waterstudio, desenvolveu numerosos soluções de design para casa construídas em alto mar, além também de abrigos de emergência.








http://www.archdaily.com.br/br/01-106805/escola-flutuantes-de-makoko-nle-architects
http://www.dezeen.com/2014/03/25/makoko-floating-school-nigeria-nle/
http://www.hypeness.com.br/2014/06/escolas-flutuantes-sustentaveis-garantem-educacao-e-seguranca-em-regiao-de-alagamentos/#
http://www.nleworks.com/case/lagos-water-communities-project/
http://greenbiro.com/learning-on-water-children-of-popular-lagos-slum-get-an-education-at-makoko-floating-school/

Se Tudo Der Errado








Obra Análoga - Débora Dias

Tumbleweed Tiny House - Jay Shafer